3 de dez. de 2010

A crítica através dos vlogs

Em sua maioria, jovens, cujo único objetivo de vida é ser aprovado em mais um ano escolar. Passam as tardes no Orkut, no Twitter e no Youtube. Veem vídeos engraçados, imagens animadas e até notícias, desde que estas tendam ao bizarro. Este é o principal público dos vloggeiros PC Siqueira e Felipe Neto. Não sabem quem são estas duas pessoas? Não sabe o que são vloggeiros? Continue lendo.

A procura por vídeos engraçados na internet levou estes jovens desinteressados a popularizarem os vlogs, há muito conhecidos nos Estados Unidos. Basta uma câmera, uma conta no Youtube e um pensamento, no mínimo, crítico. Voilá. Você é um vlogger. O conceito dos vlogs está diretamente relacionado aos blogs. A diferença está no modo como você expressa a sua opinião. Ao invés do texto (por vezes maçante e sem lá boas concordâncias gramaticais) dos blogs, o vídeo é a matéria-prima dos vloggers. E atribuiu-se a este novo meio de expressão opinativa uma conotação humorística. Nos vlogs, o erro gramatical pode ser proposital e normal. A falta de assunto pode levar a mais visualizações do que um capítulo de novela na TV. O simples ato de falar na frente de uma câmera pode influenciar (e influencia) o pensamento de milhões de pessoas.

A grande explosão dos vlogs no Brasil partiu do usuário PC Siqueira. Nada normal, ele mantém o famoso estilo nerd. Com um olho na câmera e outro em qualquer lugar do seu quarto, o vesgo PC transformou um problema em algo convencional e, claro, engraçado. Há quem diga que seu sucesso se deve a isso. Eu, pelo menos, digo que ajudou. Altamente crítico, Siqueira fala de assuntos que variam desde uma conotação séria, como a existência de Deus, até aqueles em que as pessoas não costumam pensar, como o ato de cheirar uma lata de Nescau.

Dele veio a da sensação da internet: Felipe Neto. Interpretando sua própria opinião, Felipe Neto é mais crítico ainda. Com um assunto por vídeo, Neto passou do anonimato para celebridade em menos de seis meses. Sua crítica é muito mais fundamentada que a de Siqueira, o que faz seus vídeos terem mais visualizações no Youtube.

Mas a questão aqui não é quem tem mais visualizações, e sim o que pessoas normais - com um quê a mais de opinião crítica - podem fazer. O tom pesado e crítico (e engraçado) acerca dos vários assuntos importantes dos vlogs faz com que jovens alienados (e é mesmo essa a palavra) comecem a ter opinião e a debater suas idéias com outras pessoas. As conversas supérfulas dão lugar a debates fundamentados, e este processo é o início de um pensamento crítico por parte dos internautas.

Enfim a internet, através do humor, começa a fazer a cabeça dos jovens, positivamente. Esperemos os resultados.

Um comentário:

  1. _

    Discordo (hehe)

    Não acho que os vlogs façam as pessoas pensarem. Eles apenas arrebanham seguidores.

    O indivíduo não tem opinião formada, aí ele vê alguém que grita na frente da câmera, xinga e critica tudo e todos com meia dúzia de argumentos. Pra quem não tem senso crítico esse personagem torna-se um ícone de coragem por lutar contra o "sistema".

    Esse tal "senso crítico" não é construído por meras visualizações de vídeos, mas sim de um trabalho que dura a vida toda e começa em casa e na escola.

    Enfim, assunto pra muita discussão.


    Abraço!

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