6 de jul. de 2011

Cinemark Curitiba: a realidade além do 3D.

Se você leu o título deste post e pensou: "Olha o cara fazendo propaganda para o Cinemark. Que merda!", enganou-se completamente. Nesse momento, você está conversando com alguém no MSN ou no Facebook? Então diga que volta em cinco minutos. É hora de ler o que o cinema Cinemark - do Shopping Barigui, em Curitiba - proporciona a seus clientes.

Como eu moro em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, querer ver um filme em 3D (ou simplesmente querer ir a um bom cinema) significa ter que ir para Curitiba, e o cinema mais perto é o Cinemark do Shopping Barigui.

Eu não teria muito do que reclamar: poltronas confortáveis, salas enormes e com excelente sistema de som e imagem, além de possuir salas 3D. E o preço? Um pouco caro, mas pela estrutura, vale a pena. Ou não?

Na primeira vez em que presenciei um grande problema no Cinemark, estava com minha família assistindo Homem Aranha 3, em 2007. Em 30 ou 40 minutos de filme, a imagem trava. Durante cinco minutos, os técnicos tentam voltar o filme e fazer com que este rode normalmente. Não deu. O que se espera em uma situação como essa? Um atendimento rápido, no mínimo. Não foi o que aconteceu. Por algum tempo todos os espectadores permaneceram na sala, reclamando em voz alta. A demora para o reembolso do dinheiro foi inacreditável. Não me recordo o tempo, mas pelo menos uma hora foi gasta com a espera. Algo que era relativamente simples de se resolver, tornou-se complicado. Os clientes, pacientes até certo ponto, ficaram com raiva - e a deixaram fluir. Os funcionários não estavam preparados para resolver problemas. Seria muito pretencioso por parte dos gerentes - ou até mesmo da filosofia do Cinemark - achar que o cinema seria sempre perfeito. Espero que não seja.

No dia seguinte, meu pensamento era de que aquele foi um caso isolado do cinema. Não foi.

Dois anos depois, as vítimas foram os espectadores de Sherlock Holmes. Faltando aproximadamente meia hora para o fim do filme, o som fica péssimo e a imagem na tela, distorcida. Durante cinco minutos, o que se ouviu foi o cochicho das pessoas, indagando sobre o que seria feito. Não foi feito nada. Nenhum contato dos funcionários, nenhuma explicação. Nada. O filme simplesmente continuou rodando, em um estado péssimo para o lazer, é verdade, mas continuou. Na saída, sete ou oito pessoas foram pedir as devidas explicações para um funcionário. Creio eu que de nada iria adiantar, afinal, todos assistiram o filme até o final.

Desta vez, saí indignado. Pelo problema com o filme, mas principalmente pela falta de atenção do Cinemark para com os seus clientes. No mínimo uma explicação deveria ter sido dada, ou talvez uma opção. Duas frases seriam o suficiente: "Senhores. Pedimos desculpas pelo problema com o filme. Gostaríamos de saber se vocês gostariam de terminar de ver o filme ou se querem aguardar outra seção." Ainda com a possibilidade de complemento: "Podemos entregar uma cortesia, caso os senhores não queiram ver o filme hoje". Difícil?

Ano: 2011. Filme: Transformers 3, em 3D. Após quatro anos, eu voltava com minha família para o Cinemark. Durante boa parte do filme, tudo ocorrendo como deve-se esperar que ocorra. Mas, em certo momento, vejo pessoas à minha frente levantarem. Falo em voz alta: "Mas o filme nem tá ruim, e as pessoas estão indo embora?". Meu cunhado, ao meu lado, simplesmente aponta para o teto: um fio de água caindo, e parte do teto aberto. O primeiro cinema que vai além do 3D: filme com realidade. A destruição de Chicago, em Transformers 3, foi além das telas e chegou à Curitiba.

O filme prossegue durante mais 20 minutos, quando é travado. Todas as luzes se acendem e uma funcionária do Cinemark aparece: "Boa noite. Então, o teto pode de desabar, pois não sabemos o tamanho da poça de água que está ali em cima." (Opa! Que legal ein!). "Então, peço que vocês - que estão sentados no meio - sentem dos lados. Se vocês não quiserem mais ver o filme, entregaremos uma cortesia".

Foram poucos os que saíram, mas confesso que fiquei imaginando a cena, caso o teto realmente desabasse. Se a questão prioritária fosse a segurança, todos deveriam ter saído da sala. Mas o lucro falou mais alto, e a vontade dos espectadores por terminar logo o filme, também. Creio que ninguém achou que o teto fosse desabar, mas, mesmo que ínfima, havia uma possibilidade. O Cinemark preferiu ser negligente, mas com a comodidade pacífica de seus clientes e com o dinheiro em caixa. Se escolhesse a opção de ser correto, arcaria com clientes revoltados e com devolução de todo o dinheiro, além de deixar que os espectadores levassem uma imagem negativa para casa. Uma escolha difícil. Mas o que aconteceria se o teto caísse? Como eu disse, uma escolha díficil.

Em 6 anos, presenciei três problemas no Cinemark. Não sei se é um número alto ou não, mas a partir do momento em que uma parcela do teto de um cinema cai, eu fico apreensivo. O problema, que antes era apenas nos filmes, passou para a estrutura.

Provavelmente voltarei a alguma das salas do Cinemark, mas confesso que com um pouco de receio. Irei ao cinema pensando: será que hoje vai dar problema?. Não deveria ser assim.

Mas a empresa tem grandes números. Afinal, são "446 salas em 54 complexos distribuídos em 30 cidades brasileiras, tendo recebido mais de 38 milhões de espectadores apenas em 2010", segundo o próprio site do cinema. Fica claro que, para o Cinemark, a quantidade está (bem) acima da qualidade.
_______________________________________

Pelo Twitter, o Shopping Barigui (@bariguishopping) lançou uma nota:
"Pedimos desculpas pelo ocorrido e as devidas providências já foram tomadas. Obrigada"

Um comentário:

  1. Acho que não acenderam a luz só de sacanagem. Queríamos ibagens. Enfim, garantimos um óculos 3D...

    ResponderExcluir