6 de jul. de 2012

No primeiro jogo da final da Copa do Brasil o "campeão" é o trio de arbitragem

Depois de dormir, é hora da percepção geral sobre o jogo de ontem, entre Palmeiras x Coritiba, na Arena Barueri, primeiro jogo da final da Copa do Brasil.

O primeiro fator do jogo que chama atenção é o "esquecimento" da Globo. No Jornal Nacional, o jogo sequer foi lembrado pela rede do canal 12, apenas porque a partida foi adiada e a transmissão seria exclusiva da Band. No primeiro jogo, a final da segunda competição mais importante do Brasil foi completamente ignorada. Aí teremos o segundo jogo e, voilá, a Copa do Brasil será o mais evento mais importante da semana.

É por isso que deveríamos priorizar a Band. Deveríamos. Gosto do Neto, pelo seu jeito irreverente, e do Luciano do Valle, pela sua narração. Mas é natural quando vemos a Band puxar a sardinha para o Palmeiras. No penalti duvidoso, Neto decretou: "É pra cartão vermelho". E o nível de reclamação não para por aí. Desde que o fairplay foi criado, a time que deve entregar a bola ao adversário a joga para o campo de defesa do rival. Sempre foi assim. Mas, para do Valle e Neto, se a bola está no campo de ataque, deve ser entregue no campo de ataque. "[jogar a bola no campo de defesa] não é fairplay", disseram os bandeirantes. Felizmente, ambos ainda se mostram lúcidos em outros lances, o que fez o jogo ficar "menos" pior.

Porque o árbitro e os auxiliares da partida, estes sim, tornaram o jogo vergonhoso para o Brasil. Faltas não marcadas, penalti duvidoso, gol impedido, penalti não marcado, cartões duvidosos. A arbitragem brasileira arrega quando apita final. Não tivemos um lance polêmico nos dois jogos da final da Libertadores, mas só a primeira partida da final da Copa do Brasil deu o que falar.

Mas, como disse o técnico Marcelo Oliveira, comenta-se os lances durante uma semana, e depois o esquecimento cai sobre as cabeças críticas. O brasileiro tem memória muito curta: esquece fácil de corrupção e finge que vive num país de maravilhas. Quem sofre com isso é quem batalha por um mundo justo, honesto e ético.

Sobre o jogo, o normal: o Coritiba tem muito mais time que o Palmeiras. E, como sempre, fora de casa atacou, atacou, atacou... e não fez gol. Caímos na mesma crítica de "falta um matador" que há tempos é comentada. O Palmeiras nada fez. Na verdade, fez sim. Soube aproveitar-se dos erros esdrúxulos do árbitro e marcou dois gols importantíssimos. No único lance de real perigo palmeirense, Maikon Leite perdeu o gol do título.

Injusto, mas quem disse que futebol é justo? Palmeiras 2x0 Coritiba. E o alviverde paranaense (sem Emerson) terá que fazer metade dos gols da goleada sobre o Palmeiras (com Henrique) no ano anterior para se sagrar campeão da Copa do Brasil. 




26 de jun. de 2012

#LivingThingsReleaseDay - A minha percepção sobre Living Things

Este é um post um tanto quanto longo, e merece ser. E é também escrito para um público seleto: para o público que quer ouvir músicas novas. Espero que você seja uma dessas pessoas (e que leia tudo, também!).

Sou fã incondicional de Linkin Park, desde meados de 2003. Tenho todos os CDs e DVDs oficiais, mais alguns CDs singles, livros, gigas e mais gigas de músicas e shows no computador. Não fico sem ouvir uma música deles por um único dia e acompanho diariamente as notícias. Tenho a banda não só como um exemplo musical, mas como exemplo de criatividade, inovação, gestão, opinião, impacto positivo, etc. Meu maior sonho é conversar por duas ou três horas com o Mike Shinoda sobre qualquer assunto, exceto música. Se eu fosse falar sobre o quanto a banda e seus integrantes significam para mim, eu deveria escrever um livro. E olha, essa não é má ideia... 

Enfim. Vamos ao que interessa: o Linkin Park lança mais um álbum. Acompanho o lançamento de álbuns da banda desde que eles decidiram mudar seu som, ou seja, desde o Minutes to Midnight. Ainda não era fã assíduo quando Hybrid Theory e Meteora foram lançados. Escutava uma música ali, outra aqui. Então, desde que Rick Rubin entrou como produtor, acompanho a evolução do som da banda. Isso mesmo, evolução.

Para mim, não há comparação entre os álbuns da banda. É como você querer comparar o Playsation 1, o Playstation 2 e o Playstation 3. Até dá, mas há de se levar em consideração que são épocas diferentes. A cada dia que passa ficamos mais experientes, vivemos coisas diferentes. Envelhecemos e pensamos diferente. Isso também acontece com uma banda, e o Linkin Park sabe aproveitar perfeitamente esse amadurecimento nas suas músicas. Claro, o que fez sucesso foi o Hybrid Theory, mas 12 anos já se passaram desde o seu lançamento. Acho que aconteceu bastante coisa durante esse período, ein? Ficar preso a um único paradigma musical é burrice, e fico mais calmo quando penso que o Linkin Park pensou adiante.

Living Things, o quinto (como o tempo passa!) álbum da banda, é genial. Como eu disse, não há comparações, mas eu sempre gosto mais do último álbum lançado. Foi assim com o Minutes to Midnight, foi assim com o A Thousand Suns e está sendo assim com o Living Things. Talvez seja porque eu gosto do novo, do que é diferente. São novas letras, novas melodias, novas batidas, e isso é fascinante vindo do Linkin Park, porque tudo é realmente novo.

Dessa vez, a banda investiu seu tempo fazendo música para todas as faixas. Como os integrantes disseram, há uma mistura de todos os álbuns da banda em um único álbum. As músicas que mais se sobressaem são as que Mike aparece nos vocais. Há muito tempo já é normal escutá-lo cantando, e não apenas no rap. Mas em Living Things, ele se sobressai. Parece que, finalmente, o medo de aparecer vocalmente passou. Chester, para alívio de todos, ainda não perdeu seu grito, e há muitos gritos nesse novo álbum. Acredito que, pela primeira vez, o Linkin Park conseguiu fazer música leve e pesada ao mesmo tempo (Lost in the Echo é um grande exemplo) e soube colocar os gritos de Bennington em momentos em que o grito não é o mais importante da música, e sim a música como um todo.

Quanto ao instrumental, é diferente e excelente. Chama a atenção, não é normal. Você fica encantando com o que uma música transparece no começo e se torna no final. É lindo. E, por fim, letras. Novamente, diferentes. Mas coloco uma característica a mais: são ousadas. Eu disse que não tem comparações, mas as letras são o ponto alto deste álbum, que talvez possua as melhores letras do Linkin Park.

Terminarei com uma resenha individual de cada música, mas deixo aqui uma mensagem final. Há muito tempo Linkin Park não é mais In the End, Numb e Faint. O que eles estão apresentando hoje é o que eles tem de melhor, não é um álbum ao estilo "não vamos fazer mais um álbum para alegrar as outras pessoas, ou para ganhar dinheiro, vamos fazer um álbum porque nós queremos fazer um álbum", e provavelmente continuará sendo assim no futuro, porque essa é a filosofia da banda. Eu sou um perito linkinparkiano, então provavelmente alguns de vocês não entendam a mensagem que eu quero passar. Se vocês querem entender, escutem os cinco albuns da banda (e escutem pelo menos quatro vezes cada um). Com um ouvido apurado, você irá perceber a evolução não só musical da banda, mas a evolução de seus integrantes enquanto pessoas. Como fã, eu digo: é sempre empolgante escutar um novo álbum do Linkin Park. Esta banda é a trilha sonora dos meus dias, e ter material novo para escutar faz com que eu faça o que eu tenho que fazer com uma motivação enorme.

Agora, vamos às músicas! Escrevi escutando a música sobre a qual estava escrevendo.

Lost in the Echo: o início com a melhor música, na minha opinião. São três 'camadas' de rap de Shinoda, quando o normal para o Linkin Park são duas. Chester Bennington se destaca no refrão, que é formidável, e com os gritos de "Go!" antes do "No!" de Mike. Este é o melhor momento da música. Tem rock, tem eletrônico, tem rap e tem grito. Repito, é a melhor música do álbum. Aquela que se tocasse nas rádios as pessoas iam dizer: "caramba!"

In My Remains: começa com um instrumental muito diferente, e depois já ganha guitarras. Chester canta profundamente nessa música, é uma música em que a sonoridade vocal dele se destaca muito. Destaca-se a segunda estrofe. Depois do segundo refrão, a batida da música muda. Entram tambores de exército e entra o Mike cantando uma frase simples, e que é a melhor frase do álbum: "Like an army, falling, one by one by one". Quando escutei pela primeira vez já achei que não tinha como o restante do álbum ser melhor. É uma música linda.

Burn it Down: já a considero normal e, hoje, é a música que menos me atrai no álbum, talvez porque tenha sido a música que eu mais tenha escutado. Por incrível que pareça, é a menos criativa sonoramente. Destaca-se a letra, que é espetacular, e a excelente vibe eletrônica. O rap do Mike é muito bom. Na primeira vez que a escutei, lembro-me de considerá-la uma música muito mais animada que os singles de A Thousand Suns.

Lies Greed Misery: essa sim é animada! Mesmo que a letra seja forte, a atmosfera que essa música passa é que você pode sair na rua chutando tudo e sorrindo (talvez gargalhando) ao mesmo tempo. Aí você para e respira fundo com um sorriso travesso no rosto (You did it to yourself) antes de gritar a plenos pulmões igual ao Chester. Aliás, os gritos dele nessa música tem mais intensidade do que A Place for my Head e One Step Closer. E aqui sou um pouco mais crítico: gostei dela no álbum, mas não gostei tanto ao vivo.

I'll Be Gone: Guitarras de What I've Done (e até mesmo estilo de What I've Done) com refrão de Nickelback e um toque de Dead by Sunrise. Beleza, essa foi a primeira impressão que tive. Uma música boa, mas que me chama menos atenção do que as outras, talvez porque se encaixe na receita linkinparkiana de músicas.

Castle of Glass: essa sim, uma música indecifrável. Novamente, surpreendi-me com o Mike cantando muito bem, e isso é apenas uma das várias coisas que me atrai na música. Tem uma melodia bem diferente, e uma batida muito diferente. Você não sabe como ela vai terminar. Ela é uma incógnita, e talvez por isso possa ser chamada de original. Parece uma música que sucede a explosão de uma bomba. Sem dúvida nenhuma tem um potencial espetacular para virar um single de sucesso.

Victimized: colocaram muita expectativa nessa música. Eu lia muito "a música mais pesada que a banda já fez". Porém, quando foram reveladas as durações de cada música, viu-se que era a música mais rápida do álbum, não ultrapassando dois minutos. Na hora, pensei: "que merda". Depois de tê-la escutado, percebi que a duração da música é perfeita. Uma música hardcore, com Mike cantando (aliás, uma melodia que lembra uma música do Piratas do Caribe) e Chester, pela primeira vez na história do Linkin Park, apenas gritando em uma música, com guitarras nunca antes ouvidas e apenas uma 'camada' de rap do Mike. Sensacional, é a tal bomba que explodiu depois de Castle of Glass, e que dá outro tom à outra metade do álbum.

Roads Untraveled: tem um som de cristais que me lembrou uma fase do Donkey Kong no Supernintendo, mas isso foi apenas um punctum (pegando a termologia emprestada de Roland Barthes) sonoro. Novamente, Mike canta, e essa é a música em que se dá o ápice de sua voz. Não é a melhor do álbum, mas atualmente é minha preferida. Em uma entrevista, Chester disse que praticamente sussurrava em algumas partes de Living Things, e com certeza ele estava se lembrando dessa música. O refrão se dá apenas por duas letras: "o" e "u", mas não precisa de mais. Não tem cara de single, mas pra mim é a mais bonita do álbum. Aquela que você vai mandar pra alguém especial com quem não conversa ou não vê faz muito tempo, ou aquela que vai te acalmar quando você estiver triste. Essa é aquela música que ninguém precisa conhecer, mas que estará lá para os seus melhores momentos de reflexão.

Skin to Bone: a letra mais complexa (ou a mais simples) de todas as músicas do Linkin Park. Sons eletrônicos estranhos e batidas pesadas. Uma música que, provavelmente, vai ser bastante criticada. Aquela em que todos vão falar: "que tipo de banda compõe 'da direita para esquerda, da esquerda para direita. Da noite para o dia e do dia para a noite'". Tem cara de ser a próxima 'In Between', aquela que será pouco lembrada. Novamente, é aquela canção original, que eu não consigo comparar com nada do que já foi criado.

Until it Breaks: lembrei bastante de Fort Minor enquanto eu escutava essa, e se não fosse pelo Chester em seu único refrão, talvez até fosse considerada uma das músicas que ficaram de fora do The Rising Tied. E aí, quando você acha que mais nada pode acontecer, escuta Brad Delson, o 'guitarrista' da banda, cantando uma melodia que parece abrir um caminho de luz depois da escuridão. É um canto de esperança e hipnótico. Pela terceira vez no álbum, classifico essa parte da música como original, algo incoparável.

Tinfoil: Tinfoil é a introdução de Powerless, mas dá tranquilamente para classificar as duas como sendo a mesma música. A batida de Tinfoil realmente lembra Session, do Meteora.

Powerless: essa é a música que vai virar hit. Com uma guitarra ao fundo praticamente igual à de Waiting for the End em algumas partes da música, Powerless é aquela baladinha que todos vão amar. Novamente, destaca-se a letra e a evolução da música. Embora seja uma baladinha, é extramemente original. Nunca escutei nada parecido. É a mesma sensação de quando escutei Numb pela primeira vez. Uma pessoa que não escutou nenhum dos singles do Linkin Park desde Numb provavelmente escutará Powerless e dirá: "Ei! Eu conheço isso. Isso é Linkin Park, mas tem algo diferente aí". E a melhor escolha para se terminar o álbum.

13 de mai. de 2012

Objetivo de felicidade.

Percebi que não atualizei meu blog em 2012. Triste, pois tenho vários textos para ser publicados. Talvez eu volte a escrever com mais frequência, talvez não. Mas é o que eu quero.

O trabalho como diretor da AIESEC em Curitiba (conheçam a AIESEC, vale a pena) me ocupa muito tempo, mas por outro lado me faz refletir e aprender muito. Reflito mais do que escrevo, é verdade. O curso de Economia na UFPR deveria me ocupar muito tempo também, mas essa ainda não é a realidade, admito.

Bom, deixemos minha vida um pouco de lado. O que quero propor nesse primeiro post de 2012 é uma reflexão, ou que você pense na resposta de uma simples pergunta: qual é o seu objetivo de felicidade?

Soa meio estranho, mas você leu direito. Essa pergunta me veio à mente, e pensei um pouco sobre ela. Se nosso objetivo é ser feliz, o que é felicidade?

A felicidade está nos momentos mais simples da nossa vida, como ver um gol que levaria meu time ao título de um campeonato. A torcida explodindo, os gritos de alegria, os abraços em estranhos ao meu lado, a rede balançando. Ou quem sabe um almoço de Dia das Mães com toda a minha família reunida, no domingo, com seu primo fazendo uma piada, seu pai fazendo o churrasco e seu tio falando sobre futebol.

Mas esses são momentos de felicidade. Eu não trabalho para que isso aconteça. E quando eu falo trabalho, é trabalho literalmente falando. Eu não estudo Economia para poder almoçar com minha família, ou trabalho em uma organização para ver um gol do meu time. Isso são acontecimentos cotidianos, coisas que escolhemos fazer, mas que não são nossos objetivos.

Eu trabalho porque tenho na mente um objetivo de felicidade. E a imagem do meu objetivo de felicidade é me ver velhinho, de cabelo branco e coberto com um cobertor, sentado em uma confortável poltrona na biblioteca (que estará dentro da minha casa), com a lareira acesa e uma xícara de chá ao meu lado, lendo um livro, sem qualquer outra preocupação na vida.

Isso é uma imagem de mais verdadeira felicidade para mim. Porém, eu preciso de muito conhecimento para estar sentado em uma poltrona sem preocupações. Eu preciso ter feito muita coisa para poder ficar sentado em uma poltrona, sem preocupações. Caso o contrário, eu estarei inquieto e, consequentemente, preocupado. Para chegar nessa imagem, eu necessariamente precisarei ter dito a seguinte frase: "Em toda a minha vida, eu fiz por merecer esta poltrona. Eu lutei, não me acomodei, fiz o que minha mente e meu coração mandaram, batalhei por um mundo melhor, para mim e para outras pessoas, eu adquiri conhecimento e transmiti conhecimento. Agora é o momento da minha recompensa: alguns poucos dias sem preocupações, com a sensação de dever cumprido."

Pois bem, é para isso que vivo. Se vai acontecer ou não, é outra história. Depende muito de mim, mas não somente de mim.

E você? Qual é o seu objetivo de felicidade?

21 de dez. de 2011

Marina, de Zafón.

Li três livros de Carlos Ruiz Zafón, e o último, "Marina", é o mais simples, o mais aterrorizante, o mais tenso e o mais amado de todos.

Combina tristeza, felicidade, paixão e ternura como há muito não vemos nos dias de hoje. Ao ler suas linhas, tive a impressão de que nos falta dar valor à esse capricho do universo, o qual chamamos de vida.

Suas páginas são carregadas com tamanho sentimento que chego a duvidar de que tudo é fictício.
Comprovo tal afirmação pelaa última linha deste livro. É a melhor última linha que já li em toda a minha vida.

Recomendo os três livros de Zafón que já li como leitura obrigatória para a vida. Mas se devo recomendar o único que nos faz sentir a brisa do vento no nosso rosto com outra percepção, recomendo Marina.

4 de dez. de 2011

O (pior) Atletiba do Século.

Criou-se uma enorme expectativa para esse atletiba, não por acaso. Um batalhando para não cair, outro sonhando com a Libertadores. Ficou só na promessa.

Presenciamos noventa minutos de puro marasmo. O Coritiba não jogou aquilo que sabe jogar. O Atlético deu o seu máximo, que é bem limitado. Não é nem um pouco difícil de afirmar que foi o pior atletiba que eu já vi. Nenhum lance bonito, nenhuma discussão. E como se não bastasse as equipes, o juiz também (se) atrapalhou no jogo. Não deixou o jogo rolar, marcando faltas (e as que não eram faltas também) para cada jogador que caísse. E como se tudo isso não bastasse, as torcidas não deram o seu melhor, cada qual preocupando-se apenas com o adversário, e não com o seu próprio clube. Nenhuma das duas fez o seu papel. A Arena não lotou, confirmando que a maioria dos torcedores rubro-negros já estavam conformados com a Série B.

Parte disso se deveu ao silêncio que os clubes decidiram fazer durante a semana. Nenhuma polêmica, nenhum comentário que movimentasse as duas equipes. Não se teve espírito de rivalidade, e sim de cautela brusca e exagerada. Não é assim que se faz um bom clássico. Com isso, vimos o que vimos em campo. O gol do Atlético foi talvez o único lance de real perigo do jogo, tirando um ou dois momentos de chutes a gol tranquilamente defensáveis para os goleiros.

Ficou comprovado que a magia do Brasileirão acabou quando o último apito da penúltima rodada soou. Na rodada dos clássicos, o Cruzeiro abriu 4 a 0 pra cima do seu rival com uma facilidade imensa, que acabou com todas as chances do Atlético-PR de permanecer na elite do futebol brasileiro. Este jogo, por sinal, deu 6 a 1 pro clube azul.

Saindo de Curitiba, o Corinthians comemorou um título sem emoção, empatando em 0 a 0. O Vasco tentou, mas também não passou de um empate. O São Paulo venceu os reservas do Santos e, no primeiro tempo, a bolinha só pintava para o jogo mais sem graça da rodada: Atlético-GO e América-MG.

Uma última rodada completamente sem sal. Reafirmo: a final deste Brasileirão aconteceu na penúltima rodada.

Termino este rápido texto com um apelo importante: para usar a nomenclatura Atletiba do Século, que seja quando as duas equipes estiverem disputando um título nacional ou internacional. Nunca mais consideremos uma disputa por vaga na Libertadores x uma disputa para não cair pra Série B como um jogo do século, e creio que ficam bem claras as razões para que isso não volte a se repetir. Imprensa e torcedores erraram ao aplicar tal nome a esse jogo pífio. O Atletiba do Século ganhou um adjetivo nada memorável: o de pior do século.