31 de jul. de 2009

Reality shows - a guerra.

Ontem, às 22:55, reestreou o primeiro reality show da televisão brasileira. No Limite estreou em 2000 e foi o grande sucesso da época. Acompanhar desconhecidos encarando verdadeiras provas de superação física e psicológica, tendo de conviver com a Natureza e eliminando concorrentes, tudo isso para buscar uma maravilhosa quantia em dinheiro. Uau! O fato é que a No Limite rendeu muitos pontos de audiência para a Globo e, consequentemente, um grande faturamento. Porém, o programa, que não teve um bom desempenho na segunda edição, mas melhorou na teceira, teve de ser interrompido. O motivo? Mark Burnett, produtor do reality show estadunidense Survivor, processou a Globo de ter copiado seu programa sem obter os direitos originais. A emissora brasileira teve que interromper temporariamente o programa.

Assim, enquanto No Limite 3 já estava no ar, Silvio Santos chegou e inaugurou a Casa dos Artistas. O SBT bateu os pontos de audiência de No Limite e, então, a Rede Globo acusou a emissora do Baú por plagiar um programa realizado pela empresa Endemol chamado Big Brother. Nosso amado, idolatrado, salve-salve Silvio Santos não quis obter os direitos autorais da Endemol. Rapidamente, Roberto Marinho tratou de adquirir tais direitos e levou ao ar o incrível Big Brother Brasil, que chegará à sua décima edição e poderá ter prêmios (que inclui uma Ferrari e mansões em bairros nobres) que somarão uma quantia de R$10 milhões ao vencedor.

A Rede Globo regularizou a situação obtendo a licença de Survivor e No Limite, após 6 anos, reestreou na última quinta-feira com a menor média de audiência dentre todas as edições anteriores, mas deixando para trás a Casa dos Artistas do interior, A Fazenda, que vai ao ar pela Record. Esta investiu a quantia de R$22 milhões para levar ao ar mais um reality show brasileiro. A Fazenda não vem nem ofuscando, nem decaindo. Está na média.

Fica claro que, por ter tanta guerra entre as emissoras, os reality shows no Brasil rendem muito dinheiro. A distribuição de um grande prêmio pro ganhador leva à euforia os espectadores, que não ganham nada culturalmente e até gastam em ligações. Pelo menos em No Limite o vencedor mereceu o prêmio pela sua superação, e acabamos tendo uma noção de garra e convívio na selva.
Agora, não vou falar nada quanto às vidas folgadas dos outros...

2 comentários:

  1. Primeiro: filho da puta do Blogger apagou meu comentário, mãs, aqui vamos nós novamente.

    Todo e qualquer reality show é lixo. A televisão brasileira não tem criatividade suficiente para produzir programas decentes e aí ficamos à mercê das cópias baratas (ou não tão baratas assim, levando em consideração as premiações altíssimas) dos "enlatados" estadunidenses.

    O problema maior está na população que fomenta esse quadro, ficando inerte à frente da tela, observando uma dúzia de vagabundos de uma inteligência impressionante. Além disso, o reality show se sustenta (não é a toa que o Big Brother chega à décima edição) a partir das ligações 0300 qualquer-coisa e SMSs para eliminar quem o telespectador não gosta. Assim fica fácil dar prêmios fartos e festas superproduzidas, já que, infelizmente, a cada edição surge um Bial cada vez de sorriso mais largo dizendo: "Quebramos mais um récord de ligações!".

    Quanto ao programa "No Limite", achei a ideia interessante na primeira temporada. Assisti um pedaço durante essa semana e fiz imediatamente um paralelo com um filme que vi na sessão da tarde há muuito tempo atrás. (http://www.imdb.com/title/tt0365043/) Tudo se tornou caricato. Ver os participantes dando entrevistas "every now and then" me passa a ideia de uma produção que está sempre bem de perto e, assim que desligam-se as câmeras, todo mundo volta pra dormir em um quarto de hotel ou pousada próximos.

    A televisão brasileira cada vez mais beira o ridículo. Tudo o que temos é conteúdo barato copiado. Novelas com temas feitos e jornais cada vez mais sensacionalistas. Graças à Internet procuro informação e notícias de fontes distintas que me possibilitam fazer um paralelo para tópicos mais delicados e fugir da visão parcial dos telejornais.

    Contrário ao que postou no twitter, acho que esse foi um ótimo post. Tomara que leve à reflexão quem lê-lo.

    Abraço!

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  2. Eu gostava da Casa dos Artistas quando tinha o Supla :/

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