2 de mar. de 2010

Serra da Cantareira, 2 de Março de 1996


Não escrevo para dizer quem eram os Mamonas Assassinas. Não havia, há exatos 14 anos, um brasileiro que não conhecesse o grupo. Pelo menos 90% dos que conheciam a banda de Dinho, Bento, Julio, Samuel e Sérgio conheciam também sua trajetória. A história do trágico acidente também é conhecida por todos. Sobre este, por sinal, ainda hoje são contadas e indagadas as tais "lendas urbanas":

Afinal, por que o piloto virou o avião PT-LSD para a esquerda, ao invés de virar para a direita, como havia alertado a Torre do aeroporto de Guarulhos?
Estariam os mamonas fazendo bagunça no avião e atrapalhado o piloto?

Para mim, não importa. Fiquem com as lendas urbanas, se quiserem.
7 meses de carreira, apenas um álbum com 2,3 milhões de cópias vendidas nos anos 90. Shows que chegavam a 2 por dia. Alegria e felicidade contagiantes. Isso importa.


Os integrantes dos Mamonas Assassinas eram aqueles caras sem noção que zuavam com qualquer coisa. Até com os próprios "Agradecimentos" no encarte do CD: "Ao Ultraman (que matou aquele monstro horrível)". Despertavam gargalhadas nos homens mais sérios que poderiam existir. Iluminavam de alegria a pessoa mais triste da Terra. Na época, a mais ingênua criança cantava para lá e para cá:

Sábado de sol aluguei um caminhão
pra levar a galera pra comer feijão.
Chegando lá, mas que vergonha!
Só tinha maconha.
Os maconheiros tavam doidão
querendo meu feijão.

Suas letras eram recheadas de bom humor. Não cabe aqui falar o quanto. Se você não sabe ou não se lembra, escute o CD. Era música com personagens da classe C, mas escutada e cantada pelas diversas classes sociais do país.
Variavam incrivelmente no estilo, indo desde música nordestina e chegando ao rock pesado.

E como alegravam as crianças. Meu Deus!

Hoje, 14 anos após ter escutado que os membros da minha banda preferida tinham morrido (e ido tristemente chorar em meu quarto), vejo que falta faz alguns caras assim, que tenham por objetivo impregnar felicidade de maneira simples. Hoje somos sérios. Não podemos rir na hora errada, nem muito menos sermos sarcásticos alegres quando queremos.

Muitos questionam se o sucesso seria o mesmo se os Mamonas Assassinas estivessem vivos. Não sei.
O que eu sei é que me emociono ao ver os vídeos de shows e de entrevistas. Me emociono ao escutar a boa música. E dou risada. É isso que eu sei. Sei que além da emoção deixada para os que acompanharam seus passos e que além da música excepcional tocada e cantada por diversas vozes pelo Brasil afora, seu legado para o mundo foi provar que é possível sorrir todo dia.

Eles morreram no auge, morreram ídolos. Morreram, quem sabe, como heróis.



"Os bons morrem jovens" - Renato Russo

3 comentários:

  1. Que lindo. Mamonas para sempre. ♥

    ResponderExcluir
  2. amor eterno aos mamonas!

    ResponderExcluir
  3. Amo, e sempre amarei Mamonas Assassinas. Forever

    ResponderExcluir